Autor: Alice Vieira
Ilustrador: Daniela Gonçalves
Editora: Texto Editores
Este livro é composto por muitas histórias.
A primeira história chama-se “Assim é que é”.
Fala de algumas vogais e também de consoantes. Fala do E que estava estafado porque a saltar ao eixo e a ser seguido por esquilos, viajou até Espanha em cima de um elefante. Estava cansado e adormeceu embrulhado no edredão. As pessoas não se conseguiam pôr de pé e o Zé não conseguia ir para a escola. Foram chamar o U que faz muito barulho e deu um urro que se ouviu no Uruguai. O E ficou com muita energia e as pessoas puseram-se de pé. O Zé pôs o boné e foi para a escola. O U achou que era muito importante.
A segunda história chama-se “O Rui fugiu de casa”.
O João gritou que o Rui fugiu de casa. Toda a gente o procurou e ele não estava em lado nenhum. Ouviu-se o cão o uivar e a ganir e foi o João que o descobriu a dormir debaixo da cama. O Rui tinha dormido e sonhado que viajou de comboio e esteve em muitas terras. O pai ao ouvir a viagem gritou para o comboio parar que estava a ficar enjoado.
A terceira história chama-se “A Zaragata dos Brinquedos”.
A Luísa e o Zé queriam sair, mas não podiam, pois o avô estava a dormir e a mãe queria que eles lhe fizessem companhia. Ele ressonava tanto. De repente entrou o Chico a bater no tambor. O avô acordou assustado a gritar que havia fogo. Formou-se uma confusão e a Luísa e o Zé saíram a correr e o avô voltou a dormir e a sonhar.
A quarta história chama-se “O Gigante Januário”.
O jardim do Gigante Januário em Janeiro era o único que tinha flores de muitas qualidades. O Gigante Januário comia muito e um dia teve uma indigestão e morreu. As pessoas gostavam muito dele e espalharam as cinzas no jardim. Por isso em Janeiro o jardim já está todo florido. A cinza faz bem à terra.
A quinta história chama-se “Conversa de Irmãos”.
O João e a Joana eram irmãos e passavam o tempo a discutir um com o outro. Nunca estavam de acordo porque diziam sempre o contrário um do outro. Um dia tiveram um irmão que se chamava Alberto, mas ficou conhecido por bebé mais ou menos. Quando os irmãos gritavam a dizer o contrário um do outro, ele dizia mais ou menos. Já estavam fartos do mais ou menos e decidiram entrar em acordo um com o outro. O menino deixou de dizer mais ou menos. Então os irmãos tentaram mais uma vez e o bebé disse que não se podia falar mais com eles.
A sexta história chama-se “No quintal da minha avó”.
No quintal da avó há muitos pássaros a voar. Já viveu em muitos lugares, na China, em Roma. A avó ainda gosta de correr todas as manhãs. Ainda sonha muito com a cidade de Roma.
A sétima história chama-se “Quem quer ir comprar pão?”
A Inês foi comprar pão com os pais e à saída do prédio encontraram uns amigos que também queriam ir, mas o pai da Inês disse-lhes que estavam a fazer um jogo e só podia ir à padaria quem tivesse o nome com um assento. A menina mais pequena chamava-se Isabel então não podia ir. Mas ela arranjou uma explicação para poder ir porque em casa todos lhe chamavam Bé. Então foram todos, e foi ela a que trouxe o melhor pão.
A oitava história chama-se “O seu a seu dono”.
A Rita perdeu o cão e foi pedir ajuda a várias pessoas. O primeiro foi um polícia, a seguir ao padeiro e por último ao vendedor de jornais. A Rita disse como era o cão: pequeno, coleira encarnada, preto, chamava-se padrinho e gostava de correr atrás de pássaros. Iam à procura e de repente viram quatro cães a correr para eles. Um era pequeno, de coleira encarnada e gostava de correr atrás de pássaros. O cão ficou muito contente por encontrar a sua dona. O cão tinha dito aos outros como era a dona e eles levaram-no a ter com ela porque sabiam que era bom encontrar a dona.
A nona história chama-se “De camelo até Belém”.
O António e a Mariana receberam um presente do avô: um peixe. Não sabiam se era menino ou menina e compraram mais peixes. Um conjunto de peixes chama-se cardume, um de cães matilha e o António disse que ia pedir uma alcateia, que era um conjunto de lobos. Achavam que também podiam ter um rebanho, mas o avô disse que era bom ter uma cáfila que são muitos camelos. Com os camelos, os meninos e o avô podiam ser os três reis magos e ir até Belém comer pastéis.
A décima história chama-se “A bruxa Lindinha e o bruxo Bonzão”.
A bruxa Lindinha estava convidada para ir ao baile das bruxas e o par ia ser o bruxo Bonzão. Experimentaram muitas coisas para vestir, mas havia um problema: não tinha animal para levar. Pensaram em muitos, mas não havia nenhum que desse no reino. O bruxo Bonzão emprestou um canzarrão que se chamava Bonzão, mas tinha de ficar no jardim. A bruxa ficou contente porque todas as pessoas iam querer saber quem era a dona do cão. A festa ia ser grande.
A décima primeira história chama-se “O melhor presente”.
A princesa disse ao povo que se casava com quem lhe trouxesse o melhor presente. Começaram a chegar uns homens: o primeiro foi o príncipe Florêncio que lhe levou uma flor, mas a pricesa disse que não era original. A seguir foi o Príncipe Frioleiro que lhe levou um frigorifico, mas a pricesa queria um aquecedor. A seguir, o Sabichinho que lhe levou um livro, mas a princesa tinha uma vasta biblioteca e não queria mais livros. Quando disse que só atendia mais um, chegou um vizinho que não lhe levava nada. A princesa mandou-o procurar melhor e ele disse que trazia ar do seu país. A pricesa ficou contente e disse que ele era esperto porque não se pode viver sem ar. Casou com ele e ele prometeu que ia ser um bom rei.
A décima segunda história chama-se “Que tal é ele?”.
A Marta começou a namorar com o Manuel, e disse à irmã porque gostava dele. A irmã disse à mãe, mas com outras palavras. A mãe disse à avó de outra maneira e quando a Marta foi lanchar com a avó ela perguntou como ele era. A Marta disse que era fixe e a avó disse que já tinha ouvido dizer.
A décima terceira história chama-se “Livro com cheiro a chocolate”.
A professora emprestou um livro ao menino para ele ler, e ele pediu à mãe para o ajudar , mas a mãe estava ocupada e pediu para ele começar a ler para depois lhe contar. Mas o menino não queria ler sozinho e disse que a irmã do Pedro o tinha ajudado a ler e por isso, ia pedir a irmã dele emprestada. A mãe disse que não ia dar muito jeito. O menino disse à mãe que pedia ajuda à Tia Clara e ao tio Zé e a mãe disse para os convidar para lanchar e ao Pedro e à irmã. Todos juntos liam o livro depressa. O menino pediu à mãe para fazer um bolo de chocolate.
A décima quarta história chama-se “Os tesouros dão muito trabalho...”
Uma noite, o António sonhou que viu uma escada ao pé da cama. Subiu para descobrir o que estava lá. Encontrou uma arca cheia de moedas na sala de um castelo. Queria trazer o tesouro com ele, mas apareceu um anão muito velho que disse que só o trazia depois de o ajudar. O António arrumou tudo, cozinhou, tratou dos animais e o anão deu-lhe o tesouro. Quando acabou de descer a escada, viu que estava na cama e que ao lado só tinha uma moeda. A mãe disse que ele estava todo despenteado e o António respondeu que andou a lavar, aspirar, arrumar e que fez tudo a dormir.
A décima quinta história chama-se “Eu sou o maior”.
A pontuação andava a ver qual deles era o mais importante: sem o ponto de interrogação não havia perguntas, sem o ponto final não havia final nas discussões, a vírgula servia para separar palavras, como por exemplo nomes. Discutiam sempre até que chegaram à conclusão que todos tinham o mesmo valor e que todos eram precisos. Se os sinais não existissem, as palavras andavam todas perdidas pelo meio das histórias.
João Pedro