Título: As moedas de ouro de Pinto Pintão
Autor: Alice Vieira
Ilustrador: Raffaello Bergonse
Editora: Caminho
Esta é a história de Pinto Pintão que só picava no chão e não saía nenhum grão. Ele disse que se não saísse dali morria.
Um dia encontrou uma bolsa no chão cheia de moedas de ouro e decidiu ir ao palácio para entregar a bolsa de moedas ao rei.
O palácio era muito longe e o caminho era muito difícil, mas Pinto Pintão decidiu seguir a cantar.
Apareceu-lhe a primeira barreira, o rio, mas resolveu beber a água toda para conseguir passar; a seguir uma raposa e ele engoliu-a; depois uma coruja e ele comeu-a; e por último um lobo e ele devorou-o. Finalmente conseguiu chegar ao palácio e entregar a bolsa ao rei.
O rei ficou contente, mas a recompensa foi fraca porque mandou os guardas meterem-no na capoeira.
Então, Pinto Pintão abriu o bico e saiu a raposa que comeu as galinhas, mas o rei não teve medo e mandou os guardas levarem-no para a cavalariça. Pinto Pintão abriu o bico e de lá saiu o lobo que comeu os cavalos, mas o rei destemido continuou a mandar enfiá-lo no pote do azeite. Pinto Pintão abriu o bico e apareceu a coruja que bebeu o azeite. Mas o rei era tão mau que continuou a ordenar aos guardas que o metessem dentro do forno. Pinto Pintão abriu o bico e de lá de dentro saiu a água do rio que apagou o forno e começou a inundar o reino. Quando o rei viu o que estava a acontecer, mandou os guardas devolverem a bolsa do ouro ao Pinto Pintão.
As águas pararam e nunca mais ninguém viu o Pinto Pintão. Há quem jure que ouvia o Pinto Pintão a cantar que era honesto e esperto e com as moedas do rei encheu a dispensa.
João Pedro